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#3
“Existe uma expressão para descrever o que então aconteceu; infelizmente trata-se de um termo intelectual, mas que resume o ocorrido –foi uma experiência existencial. Todas as distinções sociais insignificantes foram varridas, assim como a mentira, o pedantismo e a charlatanice. Todos, de uma ponta à outra do país, na cidade ou no campo, estavam na corda bamba, à espera dos acontecimentos, e era inútil fazer de conta que nada se passava, embora alguns, de forma patética, se empenhassem em manter as aparências. O que não iria ser possível. Os velhos dogmas tinham falhado; era fundamental apagar o quadro e começar de novo.” Tony Simpson, introdução de ‘The Sugarbag Years—An Oral History Of The 1930’s Depression in New Zealand’
“Estamos de visita a Airotiv. No entanto, Airotiv é um nome inventado para um lugar que existe na Nova Zelândia nos antípodas de Vitoria no País Basco em Espanha. O antípoda exacto encontra-se na realidade localizado no Sul do Oceano Pacífico, a cerca de 500 km da costa de Canterbury. Escolhemos a cidade de Christchurch, na costa de Canterbury, pois é geograficamente a cidade mais próxima nessa relação antípodal com Vitoria. As coisas de Airotiv, que podemos agora observar, não exprimem necessariamente a diferença desse lugar; pelo contrário, representam uma série de coincidências, repetições, eventos que reconhecemos. Estes elementos são documentos de coisas que aconteceram no início dos anos 1930, e que de novo acontecem, agora. De facto, Airotiv é onde nos encontramos nós neste preciso momento, em Vitoria.” André Guedes (texto para a brochura do Centro Cultural Montehermoso)
A publicação "The Airotiv Papers" foi editada pela Braço de Ferro em Maio de 2009 no âmbito de "Airotiv", uma exposição de André Guedes no Centro Cultural Montehermoso em Vitoria, Espanha, com a colaboração de The Physics Room, Christchurch (NZ).
É constituída por um caderno de fotografias de arquivo e pela reedição de quatro textos, todos originários da Nova Zelândia: ‘The Sugarbag Years’ (1974) de Tony Simpson, ‘The Heyday of the One-Act Play, 1930-1945’ (1984) de John Thomson, ‘Rabbits’ (1932) de Violet Targuse e ‘Port Supermarket Checks Out’ (2008) de Ian Steward.
Por ocasião da apresentação da publicação no The Barber’s Shop haverá uma conversa com o artista e será lida a peça de teatro em um acto 'Rabbits' (1932) de V. Targuse, por Luz Câmara, Álvaro Correia, Maria Duarte e Lucas Hawkey.
(photos by Susana Pomba, a.k.a. Miss Dove)
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